terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Postado às 21:55 por Sarah Fuidio em Diário de bordo 7 comentários
Olá, pessoal!
Antes de tudo, aqui está o vídeo da privada que disse ontem, haha.
Bom, cheguei ontem em El Salvador e vim para a casa dos meus pais (Honduras) de carro, qual rota demorou por volta de 3 horas.
Viajar sozinha foi complicado psicologicamente e fisicamente, ainda mais que tenho pavor de avião. Não tomei remédio para dormir e não consegui fechar o olho por nem duas horinhas. A rota para cá, foi: Nagoya -> Coréia (2 horas), Coréia -> Los Angeles (11 horas) e Los Angeles -> El Salvador (5 horas). O último trecho foi lindo de se ver, o tempo estava limpo e as montanhas e plantações são fantásticas.
Chegando em Los Angeles, já que tinha pouquíssimo tempo para fazer transferência de vôo e o avião estava atrasado, fui correndo pegar minhas coisas. As malas não chegavam. O documento que recebi para preencher estava desatualizado. Mesmo recebendo um passe livre, não conseguia correr lá dentro. Graças a educação dos asiáticos, um coreano que trabalhava na agência (também desesperado com minha situação), me ajudou. Fomos correndo fazer check-in na outra companhia aérea e quase não conseguimos. Por fim, deu tudo certo e peguei o vôo para El Salvador. Chegando no aeroporto, toda animada por poder ver meus pais, percebo que minhas malas não estão na esteira. Vou perguntar e tcharããããn, minhas duas malas foram extraviadas. Dormi com roupas do meu pai e hoje as malas foram encaminhadas para a fronteira de San Salvador com Honduras.
Passar de carro na fronteira é algo bem tenso. Chegando no final de El Salvador, temos o carro revistado e temos que mostrar os passaportes. Alguns metros depois, entramos em Honduras, onde temos que descer do carro e ter nossos passaportes carimbados. Meus pais tiveram que pegar um passaporte novo pois não tinham mais folhas para ser carimbadas.
Passei a minha primeira noite na casa dos meus pais em um pequeno sítio. A casa não tem vidros na janela dos fundos, pois nunca chove para o lado oeste. O café da manhã foi frutas, frutas e frutas, bem diferente dos de loja de conveniência do Japão.
Hoje vim com eles para o serviço, no centro da cidade. Aqui me lembrou bastante Guichón, no Uruguai, só que muito, mas muito mais pobre. As pessoas são muito simples e a pobreza é imensa. Hoje a noite irei em uma vila com meus pais ver a aula deles, então sei que terei mais experiências e tristezas para dividir com vocês amanhã.
As pessoas andam em traseiras de caminhonetes e levam troncos em seus burros ou no ombro. O calor está normal, não tão forte. Chuva só começa em maio. A realidade é totalmente diferente da do meu dia-a-dia e isso me deixa com 'nojinho' de levar a vida que levo, com tantas regalias e mimimis. Sei que é totalmente diferente e não tenho do que me 'envergonhar', mas de novo percebi que reclamo mais do que posso reclamar.
Hoje almoçamos em um restaurante chinês e, como no Brasil, um vendedor de almofadas entrou. Ele mora em El Salvador e vem todos os dias para Honduras vender suas simples almofadas de desenhos animados tipo Mickey, Bob Esponja e etc. Já que muita coisa sobrou do nosso almoço, meus pais o convidaram para sentar e comer conosco. Ele aceitou e me deixou com o coração partido ao vê-lo comer com aquela verocidade. Há quantas horas ele estava sem comer? De novo, me senti injusta.
Acho que ainda vou levar muitos 'choques' e irei chorar muito aqui. Amanhã iremos à uma aldeia e minha mãe já disse para me preparar psicologicamente. Gostaria de poder arrecadar dinheiro e mandar para a comunidade onde meus pais trabalham, a qual poderia investir mais na educação de analfabetos e pelo menos contruibuir para a pobreza local, mas quem sou eu para começar esse projeto tão grande e complicado?
Obrigada por lerem e desculpa a falta de profissionalismo com as palavras.
Espero que possam acompanhar minha viagem e minhas aventuras até o final dela.
Vejo vocês amanhã se eu tiver fôlego!
@sahlongatto ou @faleemjap0nes
Antes de tudo, aqui está o vídeo da privada que disse ontem, haha.
Bom, cheguei ontem em El Salvador e vim para a casa dos meus pais (Honduras) de carro, qual rota demorou por volta de 3 horas.
Viajar sozinha foi complicado psicologicamente e fisicamente, ainda mais que tenho pavor de avião. Não tomei remédio para dormir e não consegui fechar o olho por nem duas horinhas. A rota para cá, foi: Nagoya -> Coréia (2 horas), Coréia -> Los Angeles (11 horas) e Los Angeles -> El Salvador (5 horas). O último trecho foi lindo de se ver, o tempo estava limpo e as montanhas e plantações são fantásticas.
Chegando em Los Angeles, já que tinha pouquíssimo tempo para fazer transferência de vôo e o avião estava atrasado, fui correndo pegar minhas coisas. As malas não chegavam. O documento que recebi para preencher estava desatualizado. Mesmo recebendo um passe livre, não conseguia correr lá dentro. Graças a educação dos asiáticos, um coreano que trabalhava na agência (também desesperado com minha situação), me ajudou. Fomos correndo fazer check-in na outra companhia aérea e quase não conseguimos. Por fim, deu tudo certo e peguei o vôo para El Salvador. Chegando no aeroporto, toda animada por poder ver meus pais, percebo que minhas malas não estão na esteira. Vou perguntar e tcharããããn, minhas duas malas foram extraviadas. Dormi com roupas do meu pai e hoje as malas foram encaminhadas para a fronteira de San Salvador com Honduras.
Passar de carro na fronteira é algo bem tenso. Chegando no final de El Salvador, temos o carro revistado e temos que mostrar os passaportes. Alguns metros depois, entramos em Honduras, onde temos que descer do carro e ter nossos passaportes carimbados. Meus pais tiveram que pegar um passaporte novo pois não tinham mais folhas para ser carimbadas.
Passei a minha primeira noite na casa dos meus pais em um pequeno sítio. A casa não tem vidros na janela dos fundos, pois nunca chove para o lado oeste. O café da manhã foi frutas, frutas e frutas, bem diferente dos de loja de conveniência do Japão.
Hoje vim com eles para o serviço, no centro da cidade. Aqui me lembrou bastante Guichón, no Uruguai, só que muito, mas muito mais pobre. As pessoas são muito simples e a pobreza é imensa. Hoje a noite irei em uma vila com meus pais ver a aula deles, então sei que terei mais experiências e tristezas para dividir com vocês amanhã.
As pessoas andam em traseiras de caminhonetes e levam troncos em seus burros ou no ombro. O calor está normal, não tão forte. Chuva só começa em maio. A realidade é totalmente diferente da do meu dia-a-dia e isso me deixa com 'nojinho' de levar a vida que levo, com tantas regalias e mimimis. Sei que é totalmente diferente e não tenho do que me 'envergonhar', mas de novo percebi que reclamo mais do que posso reclamar.
Hoje almoçamos em um restaurante chinês e, como no Brasil, um vendedor de almofadas entrou. Ele mora em El Salvador e vem todos os dias para Honduras vender suas simples almofadas de desenhos animados tipo Mickey, Bob Esponja e etc. Já que muita coisa sobrou do nosso almoço, meus pais o convidaram para sentar e comer conosco. Ele aceitou e me deixou com o coração partido ao vê-lo comer com aquela verocidade. Há quantas horas ele estava sem comer? De novo, me senti injusta.
Acho que ainda vou levar muitos 'choques' e irei chorar muito aqui. Amanhã iremos à uma aldeia e minha mãe já disse para me preparar psicologicamente. Gostaria de poder arrecadar dinheiro e mandar para a comunidade onde meus pais trabalham, a qual poderia investir mais na educação de analfabetos e pelo menos contruibuir para a pobreza local, mas quem sou eu para começar esse projeto tão grande e complicado?
Obrigada por lerem e desculpa a falta de profissionalismo com as palavras.
Espero que possam acompanhar minha viagem e minhas aventuras até o final dela.
Vejo vocês amanhã se eu tiver fôlego!
@sahlongatto ou @faleemjap0nes
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Muito legal essa ideia de diário de viagem... É realmente chocante ver essas realidades, dá mesmo vontade de fazer algo... Mas até pequenos gestos como dividir seu almoço já contam muito, boa sorte aí Sarah ^^
ResponderExcluirBacana essa viagem emocionante Sarah!!achei legal a Generosidade de sua família ter dividido o almoço^^!
ResponderExcluirBoa tarde, senhorita Sara! Tudo de bom para você e sua família.
ResponderExcluirEstarei acompanhando seu diário de viagem e realmente é muito triste ver que este mundo tão imenso, tão lindo e rico obriga ao mesmo tempo a desigualdade social nas mesmas proporções de sua grandeza. Lamentável!
Maria Aparecida
Muito bom Sarah. Estou adorando esse "diário de bordo" pena que tenha momentos tristes. Mas enfim, aproveite a viajem !
ResponderExcluirÉ triste mesmo Sarah essas coisas, eu ficaria igual você do tipo eu reclamar da comida, da minha roupa .. tal porque tem gente não tem nem a metade do que temos. Mais uma coisa muito interessante é que essas pessoas tem um coração bom.
ResponderExcluirCARA, vc devia mostrar essa privada pro mundo auheuhauheu.
ResponderExcluirAh, tirei uns minutos da minha tarde pra ler as postagens da sua viagem e to curtindo. Espero que quando vc voltar tenha vídeos pra gente XDD
É realmente chocante, ver, viver, presenciar a vida em varios mundo, o que nos torna mais humano é a sensibilidade de ver sentir e dividir com outras pessoas essas experiências...
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